domingo, 28 de abril de 2013

O que é filosofia?

 
 

Não existe definição objetiva para Filosofia. Quem quer que tente encontrar uma definição, muito certamente, precisará antes "vivenciá-la". E ainda assim, lhe faltarão palavras resultantes das, quase sempre,  inconclusivas reflexões.
Os filósofos sabem, e também nós devemos saber, que é preciso praticar filosofia, enveredar-se num caminho infinito de descobertas, se desejarmos encontrar a sua real natureza... E esta viagem em mundo tão fascinante que é o filosofar, pode ser como o país das maravilhas de Alice.
A filosofia não possui, como as ciências, objetos que possam servir para delimitar seus estudos. Possui, antes, um universo cartesiano de fluídas dimensões onde a religião, o mito, a ética, o direito, a sociologia, a política, a arte, a antropologia, a psicologia, a psicanálise, a política, a ecologia, etc, encontram a sua mais honesta e justa forma.
Filosofia é um termo composto por duas palavras gregas: philos (amigo) e sophia (sabedoria).
Quando refletimos filosoficamente, não estamos detendo saber, mas buscando sabedoria.
Não se pode ter, nem se querer ter, a pretensão de ser o dono da verdade, pois ela é como a areia na palma de uma mão aberta e que escapa por entre seus dedos.
Segundo Severo Hryniewicz, saber é a posse de algum conhecimento, é constituído de perguntas e respostas; a sabedoria tem como posse somente aquele espírito indagador de alguém que formula problemas e sai em busca de possíveis soluções, sem nenhuma certeza de tê-los resolvido. Enquanto sabedoria, a filosofia possui mais perguntas do que respostas. (...) é mais difícil - pela necessidade de uma visão mais ampla das coisas - fazer perguntas do que responder a elas.*
Os mitos e as religiões, desde os primórdios do homem, criavam resposta prontas e convincentes para os problemas que se insurgiam no dia-a-dia. Na filosofia, desde a antiguidade clássica, apontavam-se, ou buscavam-se, para os problemas, caminhos antes refletidos que possibilitassem suas resoluções.
A filosofia encerra em si um trabalho de meditação e de crítica da realidade dentro de uma fundamentação racional. Assim, por exemplo, quando questionamos o fundamento ético de uma determinada norma jurídica, e se ela é justa, adentramos em um mecanismo de engrenagem estrutural filosófica, que vai além de uma simples produção, adequação ou interpretação à luz jurídica de princípios hermenêuticos.
Importante é verificar o poder que o filosofar nos proporciona, na medida em que, ao questionarmos aquilo que nos é imposto pela cultura de massa, seus preconceitos e suas ideologias, nos libertamos da visão míope e embassante que nos engessa e quase sempre  nos involue.     
 
* Hryniewicz, Severo. Para filosofar hoje. 8ª ed., rev. e ampl. - Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2010.